Grupo Linguagem e Cognição promove encontro virtual de três dias: Encontro será virtual e gratuito, nos dias 13, 14 e 15 de dezembro

 Por Ascom Ufal

07/12/2021 08h59 - Atualizado em 07/12/2021 às 09h08
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O já conhecido encontro do Grupo Linguagem e Cognição entra em sua 8ª edição nos próximos dias 13, 14 e 15 de dezembro, de forma virtual com transmissão pelo Youtube. As atividades iniciam sempre às 19h e quem quiser receber certificado pode realizar a inscrição gratuitamente no link.

O evento deste ano contará com pesquisadores de várias partes do Brasil e focará nas discussões das áreas de Filosofia da Mente e de Ciências Cognitivas. Já na segunda-feira,13, Mariana C. Broens abre a programação com a palestra “Aspectos éticos e epistêmicos da adesão a crenças no contexto das tecnologias de informação e comunicação”; e às 20h, Candida de Sousa Melo fala sobre “Naturalismo biológico de John Searle na filosofia da mente”.

Confira a programação completa aqui.

O Grupo

O Grupo Linguagem e Cognição foi criado em 2012 e está vinculado à Licenciatura em Filosofia e ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Esse Grupo está devidamente cadastrado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e desenvolve atividades nas áreas de Filosofia da Linguagem, Filosofia da Mente, Ciências Cognitivas, Epistemologia, Filosofia da Ciência e Lógica.

Algumas publicações realizadas pelo Grupo podem ser encontradas nos livros Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição – Volume III Volume IV – e no Dossiê Linguagem e Cognição da Revista Prometheus.

Professora Mariana Broens
Professora Cândida Souza
Professor Diego Azevedo
Professor José André Ribeiro
Professor Sérgio Farias
Professor João Teixeira
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Página da UFAL: https://ufal.br/estudante/noticias/2021/12/grupo-linguagem-e-cognicao-realiza-encontro-virtual-nos-dias-13-a-15-de-dezembro

VIII Encontro Linguagem e Cognição: 13, 14 e 15 de Dezembro de 2021

O Grupo Linguagem e Cognição da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) realizará o VIII Encontro Linguagem e Cognição nos dias 13, 14 e 15 de dezembro de 2021. A transmissão será a partir das 19h pelo canal do YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCfELAYAvllXel9IyfXDfKtA).

O evento deste ano contará com pesquisadores de várias partes do Brasil e focará nas discussões das áreas de Filosofia da Mente e de Ciências Cognitivas. As inscrições são gratuitas (https://doity.com.br/encontrolinguagemecognicao2021). Os certificados serão emitidos para as pessoas que participarem dos três dias de evento. Para tanto, além da inscrição, os participantes devem assinar a lista de frequência de todos os dias do evento. 

O Grupo Linguagem e Cognição foi criado em 2012 e está vinculado à Licenciatura em Filosofia e ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Esse Grupo está devidamente cadastrado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e desenvolve atividades nas áreas de Filosofia da Linguagem, Filosofia da Mente, Ciências Cognitivas, Epistemologia, Filosofia da Ciência e Lógica.

Algumas publicações realizadas pelo Grupo podem ser encontradas nos livros Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição – Volume III (https://www.editorafi.org/748filosofia) & Volume IV (https://www.editorafi.org/030ufal) – e no Dossiê Linguagem e Cognição da Revista Prometheus (https://seer.ufs.br/index.php/prometeus/issue/view/861).

Programação

13 de Dezembro (2ª-feira)

Mariana C. Broens (Lattes: http://lattes.cnpq.br/1539132162595200)

19h – Aspectos éticos e epistêmicos da adesão a crenças no contexto das tecnologias de informação e comunicação

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo central analisar o conceito de evidência no âmbito do processo de adesão e fixação de crenças a partir do debate entre o evidencialismo estrito de William Clifford (1959/2021) e o contextualismo de William James (1912). As análises aqui propostas são inspiradas na concepção pragmatista (Peirce, 1877), disposicionalista, de crença, segundo a qual um agente acredita que p quando atua como se p fosse o caso em circunstâncias propicias. Para isso pretendo discutir (1) alguns dos significados do conceito de evidência, (2) os diferentes papeis (epistêmicos e éticos) que ela desempenha em distintas áreas do conhecimento científico e (3) no conhecimento comum e (4) o problema contemporâneo da invocação de pseudo-evidências em ecossistemas digitais em que prolifera a desinformação.

Palavras-Chave: Evidência. Crença. Disposicionalismo. Informação. Desinformação. Redes Sociais Digitais.

Candida de Sousa Melo (Lattes: http://lattes.cnpq.br/0557700020172161)

20h – Do naturalismo biológico de John Searle na filosofia da mente

Resumo: O papel que a mente (consciência, intencionalidade e racionalidade) exerce nas nossas ações voluntárias tem sido questionado há várias décadas, no seio das neurociências e da filosofia da mente. Enquanto alguns filósofos manifestam dúvidas sobre as conclusões oriundas dos resultados da neurociência indicando que os processos neurológicos inconscientes precedem e produzem potencialmente tanto a sensação de tomada de decisão voluntária quanto a realização do próprio ato motor, outros se alinham completamente às evidências (obtidas em laboratórios) e defendem a redução dos estados mentais aos processos puramente cerebrais. O ceticismo sobre o real papel dos estados de consciência, por exemplo, cujo traço característico é a subjetividade, é, portanto, bem fundamentado e representa uma tendência teórica no âmbito da filosofia analítica da mente. Muitos tentaram naturalizar a consciência a fim de salvá-la da redução ontológica sem, no entanto, poder evitar a redução causal. Neste trabalho, analisamos a abordagem do naturalismo biológico de John Searle sobre o papel causal dos estados mentais e a crítica que Jaegwon Kim lhe inflige.

Palavras-Chave: Naturalismo Biológico. Causação Mental. Consciência. Estados e Ações Intencionais. Redução Ontológica.

14 de Dezembro (3ª-feira)

Diego Azevedo Leite (Lattes: http://lattes.cnpq.br/1946604167387402)

19h – Integração teórica neomecanicista para a Ciência cognitiva: uma avaliação

Resumo: Muitos proponentes influentes da filosofia da ciência neomecanicista aplicada à ciência cognitiva contemporânea defendem a sua proposta como uma forma de integrar teoricamente este campo científico marcado historicamente por fragmentação e diversidade teórica. Contudo, os obstáculos para se alcançar integração teórica significativa na ciência cognitiva são muitos. Nesta comunicação, eu vou analisar a proposta integrativa neomecanicista em relação à três dimensões centrais do debate contemporâneo: 1) a disputa com outras macroteorias (a ‘teoria da cognição 4E’ e o ‘reducionismo neurocognitivo forte’) pelo predomínio teórico na área; 2) a questão da autonomia explicativa da ciência cognitiva em relação a certos fenômenos complexos da cognição humana; 3) a proposta de ‘computação cognitiva mecanicista’, enquanto uma forma de compreender e explicar a natureza das representações mentais humanas e a sua relação. Conclui-se a comunicação com uma avaliação da proposta integrativa neomecanicista na ciência cognitiva em relação aos temas tratados, indicando em quais pontos a teoria apresenta vantagens para o avanço do conhecimento no campo e em quais pontos ela apresenta deficiências.

Palavras-chave: Neomecanicismo. Ciência Cognitiva Teórica. Filosofia da Ciência Cognitiva. Integração Científica. Filosofia da Mente.

José André Ribeiro (Lattes: http://lattes.cnpq.br/2909888019684406)

20h  Corpo e psyche no Cármides (154e-158c), de Platão

Resumo: O intuito da apresentação será criticar as constantes aproximações feitas entre Platão e o cristianismo, sobretudo aquelas que atribuem à obra platônica a defesa de um dualismo substancialista. Para tanto, será adotada uma obra específica, o Cármides, para se mostrar um modelo interpretativo diferente, no qual o rótulo de dualista metafísico substancialista não pode lhe ser atribuído diretamente, especialmente na abordagem sobre a relação entre psyche e corpo. Indicaremos um trecho pontual do diálogo, 154e-158c, que permite uma interpretação não necessariamente substancialista, pois a relação entre corpo e psyche pode ser explicitada por um viés relacional, no sentido de pensar psyche e corpo como termos interdependentes, de modo a que a saúde do ser humano é, ao mesmo tempo, delineada a partir da relação de um com o outro. Diante disso, apostaremos que é possível situar Platão em um panorama mais moderado de dualismo, a partir do qual a filosofia platônica esteja afastada do paradigma teórico substancialista.

Palavras-Chave: Platão. Dualismo. Substancialismo. Psyche. Corpo.

15 de Dezembro (4ª-feira)

Sérgio Farias de Souza Filho (Lattes: http://lattes.cnpq.br/7804023072516368)

19h  Intencionalidade mínima

Resumo: Teorias naturalistas da representação mental têm sido acusadas de serem muito liberais quanto às condições mínimas para a intencionalidade. Isto é, tais teorias tratariam vários estados que não são representacionais como estados genuinamente representacionais. Por trás deste ataque está o problema da demarcação: quais as condições mínimas para a intencionalidade que um estado deve satisfazer a fim de ser genuinamente representacional? Quais são os limites da intencionalidade? Nesta apresentação, irei desenvolver uma proposta dual a fim de solucionar este problema. Defenderei que há duas condições mínimas para a intencionalidade, a saber, a condição do padrão de sucesso e a condição do mecanismo de constância. O objetivo desta apresentação é argumentar que conjuntamente estas duas condições demarcam os limites da intencionalidade.

Palavras-chave: intencionalidade mínima; problema da demarcação; teorias naturalistas da representação mental; mecanismo de constância; padrão de sucesso.

Texto da Palestra: https://philpapers.org/rec/FILADP-2

João de Fernandes Teixeira (Lattes: http://lattes.cnpq.br/8864985279295912)

20h – A desorganização do conhecimento: internet, pós-verdade e anti-ciência

Resumo: A palestra tem como objetivo examinar o estado atual do conhecimento diante das novas tecnologias digitais. Destaca-se a análise do tribalismo digital e dos fatores que produziram fenômenos aberrantes como a pós-verdade e o desenvolvimento da anti-ciência.

Palavras-Chave: Pós-Verdade. Anti-Ciência. Tribalismo Moral. Anti-Vacinação. Reclassificação das Ciências.

Comissão Organizadora: Marcus José Souza (UFAL), João Dias (UFAL) & Maxwell Lima Filho (UFCA)

Grupo Linguagem e Cognição lança coletânea digital de Filosofia: Obra pode ser baixada gratuitamente e é o 4º volume de uma série publicada pelo projeto

 Por Jacqueline Freire - jornalista (12/02/2021 11h48)


Ao lançar o 4º volume: Escritos de Filosofia IV: Linguagem e Cognição, o Grupo de Pesquisa Linguagem e Cognição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal/CNPq) apresenta, nesta edição totalmente digital e gratuita, uma coletânea de textos filosóficos que refletem os significados de elementos da alegoria da caverna.

A obra, que teve a participação de 22 pesquisadores, vindos de 19 instituições de ensino superior do Brasil e uma estrangeira, totalizando 21 capítulos, foi lançada em dezembro de 2020 e pode ser acessada diretamente no site da Editora Fi.

Segundo o professor Marcos Souza, um dos organizadores da obra junto com o professor Maxwell Filho, o leitor terá a oportunidade de revisitar e revisar temas e autores tradicionais da Filosofia Analítica, como o tema da explicação (neo)descritivista de termos gerais; elementos básicos do pensamento de alguns autores como Frege, Quine e Lewis, além de Putnam, Fodor, Davidson e Kripke.

“Percebe-se assim, o valor da diversidade de temáticas, de autores, de abordagens e da interligação de áreas de investigação que este volume contempla. É uma pequena amostra da vitalidade do pensamento filosófico em torno do ‘âmbito’ que comentávamos no início desta apresentação, assim como é expressão da força de investigação de nossos colegas pesquisadores de Filosofia”, disseram os organizadores.


Outros títulos


Em 2014, com a realização do 1º Encontro Linguagem e Cognição da Ufal, foi lançado o primeiro volume da série de livros de coletâneas produzidos por participantes do evento e por convidados: Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição, em 2015.

Segundo o professor Marcos Souza, este processo de promover os Encontros, editar e publicar textos de colegas pesquisadores envolvidos, direta e indiretamente com o âmbito de investigação ou com os Encontros, repetiu-se duas vezes até o momento.

Em 2017, foi lançado o Escritos de Filosofia II: Linguagem e Cognição (volume 2) e, em 2019, veio o Escritos de Filosofia III: Linguagem e Cognição (volume 3). “Ao todo, nestes três volumes, tivemos a contribuição de 40 pesquisadores, produzindo 37 capítulos, provenientes de 12 instituições de ensino superior do Brasil, especialmente, do Nordeste brasileiro”, contou o pesquisador.

Além dos quatro volumes desta série, os organizadores também editaram o Dossiê Linguagem e Cognição, na Revista Prometheus, em 2020. “Isso mostra capacidade de mobilização de pesquisadores, perseverança editorial e temática nas publicações”, afirmou.

Os organizadores também lideram o Grupo de Pesquisa Linguagem e Cognição da Ufal, como foco de fomento à investigação dessas temáticas, além de serem os idealizadores e promotores, junto com os demais membros do grupo, dos vários encontros realizados até o momento: já são sete edições.


Fonte: Página da UFAL


Grupo de Pesquisa da Ufal promove 7° Encontro Linguagem e Cognição: Atividade acontece no dias 14, 15 e 16 de dezembro, às 17h, pelo Youtube

 


Por Blenda Machado – estagiária de Jornalismo
11/12/2020 10h11

 

O Grupo de Pesquisa Linguagem e Cognição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizará o 7° Encontro Linguagem e Cognição nos dias 14, 15 e 16 de dezembro. A transmissão será das 17h às 20h, pelo Youtube. As inscrições são gratuitas e os interessados podem clicar aqui para inscrever.

De acordo com a organização, o evento quer discutir sobre as temáticas de Filosofia da Linguagem, Filosofia da Mente, Epistemologia, Filosofia da Ciência, Ciências Cognitivas e Lógica. Nas edições anteriores participaram pesquisadores de várias partes do Brasil.

Além dos quatro volumes desta série, o grupo de pesquisa também editou o Dossiê Linguagem e Cognição, na Revista Prometheus, em 2020, o que mostra capacidade de mobilização de pesquisadores, perseverança editorial e temática nas publicações. Muitos dos textos que serão apresentados neste 7° Encontro Linguagem e Cognição estão gratuitamente disponíveis neste número especial da Prometheus.

Os certificados serão emitidos para as pessoas que participarem dos três dias de evento. Para tanto é preciso fazer sua inscrição no site do evento, na plataforma Doity, bem como assinar a lista de frequência de todos os dias do evento. Para mais informações acesse a programação aqui.

 

Sobre o grupo

 

Em 2014, a mobilização do pensamento neste âmbito de investigação filosófica, expressa nos quatro livros do grupo de pesquisa, com a realização do 1º Encontro Linguagem e Cognição da Ufal, gerou o primeiro volume da série de livros de coletâneas produzidos por participantes e por convidados: Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição, em 2015.

Em 2017, do Escritos de Filosofia 2: Linguagem e Cognição e, em 2019, do Escritos de Filosofia 3: Linguagem e Cognição. Ao todo, nestes três volumes, houve a contribuição de 40 pesquisadores, produzindo 37 capítulos, provenientes de 12 instituições de ensino superior do Brasil, especialmente, do Nordeste brasileiro.

O mesmo processo se repetiu mais uma vez para a confecção da quarta coletânea, Escritos de Filosofia 4: Linguagem e Cognição, que será lançada neste mês de dezembro pela Editora Fi. Essa edição conta com a contribuição de 24 pesquisadores, oriundos de 18 instituições de ensino superior brasileiras e uma estrangeira, produzindo 21 capítulos.

 


Fonte: Página da UFAL


VII Encontro Linguagem e Cognição (Resumos): 14, 15 e 16 de Dezembro às 17h (Transmissão pelo YouTube)


14 de Dezembro (17 às 20 horas/YouTube)

Róbson Ramos dos Reis (UFSM/CNPq)

FENOMENOLOGIA HERMENÊUTICA E AS NOÇÕES DE CONFIANÇA E MEMÓRIA CORPORAL NA DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA DA ENFERMIDADE

RESUMO: No presente artigo, é desenvolvida uma abordagem fenomenológico-hermenêutica da enfermidade. Partindo da descrição da dúvida corporal apresentada por Havi Carel, são identificados dois fenômenos de base que condicionam o sentimento corporal nuclear na experiência da enfermidade: confiança corporal e memória corporal procedimental. Para cada um desses fenômenos, é apresentada uma abordagem fenomenológico-hermenêutica, que consiste em explicitar os compromissos ontológicos implicados nos conceitos que descrevem a sequência de desenvolvimento da confiança infantil e a estrutura das aptidões capazes de formar capacidades habituadas. Tais compromissos são explicitados com base no pluralismo ontológico hermenêutico exemplificado na ontologia fundamental projetada por Heidegger. Como resultado mais geral, a presente abordagem da dúvida corporal estabelece a sugestão de que a abordagem fenomenológico-hermenêutica da enfermidade precisa ser executada em colaboração recíproca com a investigação empírica sobre a experiência significativa, explicando compromissos ontológicos a partir do pluralismo ontológico hermenêutico.

PALAVRAS-CHAVE: Fenomenologia-hermenêutica. Enfermidade. Dúvida corporal. Confiança. Memória procedimental. Pluralismo ontológico


André Leclerc (UnB/CNPq)

COMO SER INTENCIONALISTA E DISPOSICIONALISTA

RESUMO: Intencionalistas acreditam que a intencionalidade, a propriedade relacional de ser acerca de algo, é constitutiva do mental. De acordo com a Tese de Brentano: 1) o mental é intencional; 2) nada físico é intencional. O disposicionalismo, acredito, deve ser ampliado para incluir todas as propriedades mentais que também são propriedades disposicionais realizadas fisicamente no cérebro e no sistema nervoso como um todo, da mesma maneira que a solubilidade do açúcar é realizada na sua estrutura molecular. Meu objetivo é mostrar como podemos ser intencionalistas (aceitar a primeira parte da Tese de Brentano) e disposicionalistas ao mesmo tempo (aceitar que os estados, atos e eventos mentais intencionais tenham uma base física de realização). Resumindo em um slogan: o intencional é a manifestação de disposições mentais. As disposições em geral, e as disposições psicológicas em particular, têm dois lados (two-sidedness): elas pressupõem uma realização física, de um lado, e de outro, uma manifestação que é propriamente mental. Uma exposição sobre a linguagem se faz necessária neste contexto, pois as representações públicas também instanciam propriedades semânticas que são intencionais, e muitos de nossos estados mentais têm conteúdo especificado pelo uso de uma frase de uma língua pública.

PALAVRAS-CHAVE: Intencionalismo. Disposicionalismo. Mental. Físico. Manifestações.

 

15 de Dezembro (17 às 20 horas/YouTube)

Marcelo D. Boeri (PUC-Chile)

ALMA, MENTE Y VIDA EN ARISTÓTELES

RESUMEN: Aristóteles es probablemente el primer filósofo que trató sistemáticamente el fenómeno de la vida. Su explicación de dicho fenómeno se conecta directamente con varios problemas epistemológicos (que tienen que ver con la percepción, la imaginación y el pensamiento) que resultan claves en el proyecto aristotélico. En esta presentación discutiré algunos aspectos de la psicología aristotélica y procuraré mostrar algunos puntos de acuerdo y desacuerdo entre la teoría aristotélica del alma y algunos debates contemporáneos de la mente. Mostraré brevemente cómo algunos estudiosos de Aristóteles han leído su psicología partiendo de algunos supuestos de la filosofía de la mente contemporánea. Después de tratar muy resumidamente algunos aspectos importantes del modelo psicológico de Aristóteles, indicaré por qué algunas de sus ideas y puntos de vista todavía pueden tomarse en serio, y por qué (siguiendo los rótulos habitualmente empleados en la filosofía de la mente contemporánea) dicha psicología puede ser leída desde perspectivas diferentes.

PALABRAS CLAVE: Aristóteles. Alma. Mente. Vida.


José Trindade Santos (UFC)

A CAPTAÇÃO DO OBJETO COGNITIVO PELA EPISTEMOLOGIA DE ARISTÓTELES

RESUMO: O texto tenta construir um argumento sobre a captação de objetos cognitivos pela alma, em Aristóteles. Da repetição de percepções indiferenciadas, a imaginação obtém imagens que condensa numa única experiência, da qual forma o universal. Esse resultado só pode ser atingido porque os dados colhidos das faculdades perceptivas são traduzidos pelos elementos significativos da linguagem, permitindo a formulação de juízos verdadeiros e falsos, pelos quais a realidade pode ser descrita.

PALAVRAS-CHAVE: Aristóteles. Percepção. Sensíveis. Imaginação. Experiência. Universais.


16 de Dezembro (17 às 21 horas/YouTube)

Marcelo Carvalho (UNIFESP/CNPq)

CONCEITOS PSICOLÓGICOS EM NEUROCIÊNCIA COGNITIVA: ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA NEUROCIÊNCIA DE BENNETT & HACKER

RESUMO: O uso de conceitos psicológicos na neurociência cognitiva é fortemente criticado por Bennett & Hacker em Philosophical Foundations of Neuroscience. Sua objeção central dirige-se à atribuição ao cérebro pela neurociência de conceitos psicológicos que são significativos apenas quando aplicados a todo o ser. Esse é supostamente o caso de “ver”, “comunicar” e “ler”. Bennett & Hacker identificam em tais atribuições o que eles chamam de falácia mereológica. A revisão crítica do argumento de Bennett & Hacker é uma oportunidade para apresentar o debate sobre filosofia e neurociência psicológica e delinear uma perspectiva wittgensteiniana sobre o significado dos conceitos psicológicos, seu interesse e sua relevância para a pesquisa científica. 

PALAVRAS-CHAVE: Neurociência Cognitiva. Filosofia da Mente. Wittgenstein

Mesa-Redonda: II Workshop 4-E Cognition

Eros Carvalho (UFRGS/CNPq)

A ABORDAGEM ECOLÓGICA DAS HABILIDADES E A EPISTEMOLOGIA DOS EIXOS

RESUMO: Neste comunicação, apoio-me na interpretação da Moyal-Sharrock de que as proposições “hinge” são maneiras de agir para oferecer uma proposta própria sobre como compreender essas proposições. Argumento que a posição da Moyal-Sharrock deixa algumas lacunas, ela não explica a origem das nossas certezas fundamentais. A leitura dela também carece de recursos para responder ao problema da demarcação, não é claro como distinguir maneiras de agir que podem legitimamente cumprir o papel de fundamento não-fundamento das que não podem. Sem uma resposta para este problema, a ameaça relativista é séria. Proponho então que as proposições “hinge” são maneiras de agir constitutivas de habilidades. Articulo também uma abordagem ecológica das habilidades, a qual me possibilita explicar por que habilidades são embebidas-de-realidade e, por conseguinte, por que as maneiras de agir que as constituem são fundamentos não-fundamentados legítimos. Com base nessa abordagem, ofereço uma resposta para o problema da demarcação que afasta a ameaça relativista.


Giovanni Rolla (UFBA)

ANTIRREPRESENTACIONALISMO E HEGEMONISMO EXPLANATÓRIO NAS CIÊNCIAS COGNITIVAS

RESUMO: Nos últimos 30 anos, as ciências cognitivas passaram por um movimento conhecido como virada pragmática, que de um modo geral, representa a superação do paradigma anterior, o cognitivismo de velha guarda. Proponentes desse novo movimento enfatizam a ação, a corporeidade e a situação—que até então eram amplamente ignoradas—como centrais para explicações sobre a cognição. Dentro do novo paradigma que então surgia, algumas vertentes teóricas avançaram também uma proposta mais radical e contestaram a viabilidade do conceito de representação mental, um resíduo persistente, tanto filosófica quanto empiricamente, do paradigma cognitivista. É nesse contexto que surgem dois tipos de argumentos antirrepresentacionalistas: um argumento epistemológico e um argumento ontológico. O primeiro dispensa a necessidade de postular representações para a explicação de toda e qualquer performance cognitiva, enquanto o segundo contesta a possibilidade de naturalizar representações mentais. Argumento que um antirrepresentacionalismo de caráter ontológico implica um hegemonismo explanatório—a suposição de que uma única abordagem deve explicar todas as dimensões da cognição. Dado isso, argumento que devemos evitar o hegemonismo explanatório nas ciências cognitivas, e ofereço razões positivas para aceitarmos um pluralismo explanatório através do exame de explicações filogenéticas e funcionais da autoconsciência, da memória episódica e do raciocínio.


Nara Figueiredo (UNICAMP)

A RELEVÂNCIA DA ANÁLISE DE PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE SENTIDO PARTICIPATIVO EM CONTEXTOS DE IMPROVISAÇÃO

RESUMO: A teoria enativista linguística propõe uma compreensão da linguagem como séries de hábitos que se sedimentam no decorrer da vida tanto em função das nossas constituições orgânicas quanto em função das nossas práticas sociais. Ações são significativas para quaisquer organismos vivos devido à nossa precariedade biológica e ímpetos de preservação e inclusão em dinâmicas de interação, seja se seres sociais ou não. Os sentidos que ações possuem ou adquirem são relativos tanto ao contexto de identificação quanto aos históricos dos organismos e das interações entre organismos e com sistemas não vivos. Para investigar a linguagem, comumente optamos por investigar estruturas regulares específicas já sedimentadas que podem ser destacadas das experiências e ações dos agentes. No entanto, a partir de uma perspectiva enativista linguística, aspectos dialéticos da nossa existência linguística podem e devem ser investigados em seus processos de criação e sedimentação. Por essa razão, sugiro que identificação de processos dialéticos em contextos de criação e sedimentação significativa não verbais, como a improvisação situada composicional em dança, pode propiciar o desenvolvimento de elementos do modelo dialético enativista linguístico, tais como as dialéticas entre espontaneidade e sedimentação, atos parciais e atos sociais, atos regulatórios e regulados, produção e interpretação de ações significativas, coordenação e descoordenação de ações e movimentos, atos complementares e conflitantes, dentre outros. Nessa apresentação vou falar dos primeiros passos dessa compreensão de processos de criação de sentido participativo em contextos de improvisação composicional situada em dança.


Marcos Silva (UFPE/CNPq)

LINGUAGEM E ENATIVISMO:  UMA RESPOSTA NORMATIVA PARA A OBJEÇÃO DE ESCOPO E O PROBLEMA DIFÍCIL DO CONTEÚDO

RESUMO: A linguagem não precisa ser vista como um problema para enativistas radicais. A objeção do escopo usualmente apresentada para criticar explicações enativistas só representa um problema, se tivermos uma visão referencialista e representacionalista da natureza da linguagem. Apresentamos uma hipótese normativa para a grande questão do problema difícil do conteúdo, a saber, a respeito de como práticas linguísticas se desenvolvem de mentes sem conteúdo. Nós portamos conteúdo representacional quando dominamos relações inferenciais e dominamos relações inferenciais quando dominamos relações normativas, especialmente quando somos introduzidos em quadros de autorizações e proibições. Inspirados no antiintelectualismo do segundo Wittgenstein e no inferencialismo de Brandom, apresentamos a hipótese que a linguagem emerge da ação inferencialmente articulada a partir de elementos normativos e não da manipulação em estados mentais internos de conteúdos fixados pela referência a coisas externas.

PALAVRAS-CHAVE: Enativismo. Linguagem. Normatividade. Brandom. Wittgenstein.


Canal do YouTube: linguagemecognicao


VII Encontro Linguagem e Cognição: 14, 15 e 16 de Dezembro às 17h (Transmissão pelo YouTube)


O Grupo de Pesquisa Linguagem e Cognição (UFAL/CNPq) realizará o VII Encontro Linguagem e Cognição nos dias 14, 15 e 16 de dezembro, a partir das 17 horas (a transmissão será feita pelo YouTube). Este é o evento mais importante realizado no Estado de Alagoas sobre as temáticas de Filosofia da Linguagem, Filosofia da Mente, Epistemologia, Filosofia da Ciência, Ciências Cognitivas e Lógica, tendo reunido pesquisadores de várias partes do Brasil em suas edições anteriores.

    Historicamente, a mobilização do pensamento neste âmbito de investigação filosófica, expressa nos quatro livros do Grupo de Pesquisa, iniciou-se em 2014, com a realização do 1º Encontro Linguagem e Cognição da UFAL, que gerou o primeiro volume da série de livros de coletâneas produzidos por participantes do Encontro e por convidados: Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição, em 2015. Este processo de promover os Encontros, editar e publicar textos de colegas pesquisadores envolvidos, direta e indiretamente com o âmbito de investigação e/ou com os Encontros, repetiu-se duas vezes até o momento. Com a publicação, em 2017, do Escritos de Filosofia II: Linguagem e Cognição e, em 2019, do Escritos de Filosofia III: Linguagem e Cognição. Ao todo, nestes três volumes, tivemos a contribuição de 40 pesquisadores, produzindo 37 capítulos, provenientes de 12 instituições de ensino superior do Brasil, especialmente, do Nordeste brasileiro. O mesmo processo se repetiu mais uma vez para a confecção da quarta coletânea, Escritos de Filosofia IV: Linguagem e Cognição, que será lançada em dezembro de 2020 pela Editora Fi. Nela, contamos com a contribuição de 22 pesquisadores, oriundos de 15 instituições de ensino superior brasileiras e uma estrangeira, produzindo 19 capítulos.

    Além dos 4 volumes desta Série, o Grupo de Pesquisa também editou o Dossiê Linguagem e Cognição, na Revista Prometheus, em 2020, o que mostra capacidade de mobilização de pesquisadores, perseverança editorial e temática nas publicações (muitos dos textos que serão apresentados neste VII Encontro Linguagem e Cognição estão gratuitamente disponíveis neste número especial da Prometheus).

 

Programação 

14 de Dezembro (17 às 20 horas/YouTube)

Róbson Ramos dos Reis (UFSM/CNPq)

FENOMENOLOGIA HERMENÊUTICA E AS NOÇÕES DE CONFIANÇA E MEMÓRIA CORPORAL NA DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA DA ENFERMIDADE


André Leclerc (UnB/CNPq)

COMO SER INTENCIONALISTA E DISPOSICIONALISTA

 

15 de Dezembro (17 às 20 horas/YouTube)

Marcelo D. Boeri (PUC-Chile)

ALMA, MENTE Y VIDA EN ARISTÓTELES


José Trindade Santos (UFC)

A CAPTAÇÃO DO OBJETO COGNITIVO PELA EPISTEMOLOGIA DE ARISTÓTELES

 

16 de Dezembro (17 às 21 horas/YouTube)

Marcelo Carvalho (UNIFESP/CNPq)

CONCEITOS PSICOLÓGICOS EM NEUROCIÊNCIA COGNITIVA: ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA NEUROCIÊNCIA DE BENNETT & HACKER


Mesa-Redonda: II Workshop 4-E Cognition

Eros Carvalho (UFRGS/CNPq)

A ABORDAGEM ECOLÓGICA DAS HABILIDADES E A EPISTEMOLOGIA DOS EIXOS


Giovanni Rolla (UFBA)

ANTIRREPRESENTACIONALISMO E HEGEMONISMO EXPLANATÓRIO NAS CIÊNCIAS COGNITIVAS


Nara Figueiredo (UNICAMP)

A RELEVÂNCIA DA ANÁLISE DE PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE SENTIDO PARTICIPATIVO EM CONTEXTOS DE IMPROVISAÇÃO


Marcos Silva (UFPE/CNPq)

LINGUAGEM E ENATIVISMO:  UMA RESPOSTA NORMATIVA PARA A OBJEÇÃO DE ESCOPO E O PROBLEMA DIFÍCIL DO CONTEÚDO

 

Canal do YouTube: linguagemecognicao


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Eventos Anteriores: Encontro Linguagem e Cognição (2014-2019)


Livro Digital: Escritos de Filosofia III: Linguagem e Cognição


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Comissão Organizadora:

Marcus José Souza (UFAL)

João Dias (UFAL)

Maxwell Lima Filho (UFAL)

Marcos Silva (UFPE)